domingo, 5 de janeiro de 2014

Destino



Balada do Amor que não Veio

Se acaso penso em ti, me 
inquieta o pensamento...
Por que havias de vir 
assim tarde demais?
Bem que eu tinha 
de há muito 
um cruel pressentimento,
- e há sempre um desespero em nós, 
se num momento
desejamos voltar a vida para trás...
Neste instante imagino o que teria sido
o meu vago destino desorientado, 
se antes, eu já te houvesse um dia conhecido,
esse tempo, meu Deus!... 
- e esse tempo perdido
pudesse ao teu convívio ter aproveitado!

Não há nada entre nós, nada... 
e em verdade há a vida
que nos chama e nos prende!... 
E já agora imagino
que aqui estás ao meu lado 
a ouvir-me comovida 
e me entregas a mão, -- 
e entrego-te vencida
a minha alma, 

- e com ela todo o meu destino!

Não há nada entre nós, 
- mas se nos encontramos 
ouvirás de hoje em diante 
um poema onde tu fores,
- trouxemos o destino estranho 
de dois ramos, separados, 
- que importa? 
ainda assim nos juntamos
confundindo as ramagens, 
misturando as flores...
E eu nem te vi direito!
JG de Araújo Jorge

Nenhum comentário: