terça-feira, 24 de junho de 2014

Desculpas





Já pediste desculpa, eu ouvi. Não me tomes o silêncio por surdez. Desculpa? Para que queres tu o meu perdão?
Pedes desculpa pelo erro, pela mágoa que ele provocou, pela alma que feriu. Desculpa. Mas as desculpas somam-se e a palavra encadeia-se nelas. Desculpa. Vivemos nessa Era, a Era da desculpa. É mais simples dizer uma palavra do que agir corretamente. Desculpa mas não aceito. Desculpa.
E continuas aí, porque  é fácil pedir perdão. É só dizer essa palavra: desculpa. É assim que se corrige magicamente cada erro. Mesmo o mais indesculpável. E cansa-me ouvir a palavra. Essa palavra. Desculpa.
O meu mundo foi feito assim: com justificações e mentiras e desculpas. Já ninguém tenta ser melhor. Já ninguém busca alcançar o que fica depois da desistência. Desculpa. A palavra veio dar perdão a tantos quantos não querem o suficiente e não tentam o bastante.
No mundo, somam-se as desculpas onde não houve tempo perdido, esforço empenhado ou força de vontade. Não há motivação nem desejo de fazer melhor. Mas há a desculpa. Há a desculpa e essa palavra basta.
Tu repetes a palavra. Já ouvi! Mas ensurdecem-me os lábios na demanda pela vontade de te perdoar. E a vontade não vem porque a tua desculpa é vazia de arrependimento. Porque essa palavra, essa palavra fria e tenebrosa podia ter sido evitada.
Desculpa. Não queiras o meu perdão. Ele seria tão seco e vazio como esse pedido que me fazes. Não posso perdoar as tuas escolhas nem os teus erros. Não posso fingir que não sabias que assim seria quando escolheste pedir desculpa depois.
Desculpa. Não posso perdoar-te. Não posso ouvir-te a palavra em repetição e ignorar o eco que ela faz no seu próprio vazio. Não consigo. Desculpa.



Marina Ferraz

domingo, 22 de junho de 2014

O amor é simples!






Ele acredita ser simples a vida, é puro riso e alegria.

Ela cultiva sonhos em pequenos frascos,

 Almeja soltá-los em diversas ilhas.

Ele respira paz, carrega lembranças em calças velhas,

Ela decifra as cartas, conversa com os animais e as estrelas...






quinta-feira, 19 de junho de 2014

Estrelas





Das Utopias


Se as coisas são inatingíveis... ora!
não é motivo para não querê-las... 
Que tristes os caminhos, se não fora 
a mágica presença das estrelas! 


       Mário Quintana

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Nossa Pátria não floriu



Desculpe, Neymar
Mas nesta Copa eu não torço por vocês
Estou cansado de assistir ao nosso povo
Definhando pouco a pouco
Nos programas das TVs
Enquanto a FIFA se preocupa com padrões
Somos guiados por ladrões
Que jogam sujo pra ganhar
Desculpe, Neymar
Eu não torço desta vez

Parreira, eu vi
Aquele tetra fez o povo tão feliz
Mas não seremos verdadeiros campeões
Gastando mais de 10 bilhões
Pra fazer Copa no país
Temos estádios lindos e monumentais
Enquanto escolas e hospitais
Estão à beira de ruir
Parreira, eu vi
Um abismo entre Brasis
Foi mal, Felipão
Quando Cafu ergueu a taça e exibiu
Suas raízes num momento tão solene
Revelou Jardim Irene
Um retrato do Brasil
A primavera prometida não chegou
A vida vale mais que um gol
E as melhorias onde estão
Foi mal, Felipão
Nossa pátria não floriu
Eu sei, torcedor
Que a minha simples e sincera opinião
Não vai fazer você, que ganha e vive mal
Deixar de ir até o final
Junto com nossa seleção
Mesmo sem grana pra pagar o ingresso caro
Nunca vai deixar de amar o
Nosso escrete aonde for
Eu sei, torcedor
É você quem tem razão.


Música do compositor Edu Krieger.