quarta-feira, 27 de março de 2013

PRESENÇA






PRESENÇA
 
É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, 
apenas,
 levemente,
 o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, 
no ar, 
a trevo machucado,
as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminoso, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outro e múltiplo e imprevisto
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.


Mario Quintana

quinta-feira, 14 de março de 2013

SÁBIOS E TOLOS





Os sábios geralmente...



Os sábios geralmente morrem loucos.
Os tolos morrem sufocados pelos conselhos.
Morre-se de idiotice quando se raciocina demais.
Alguns morrem por sentir tudo,
Outros morrem por não sentir nada.
Alguns são tolos porque não morrem de sentimento,
E outros são tolos porque morrem de sentimento.
É bobagem sucumbir por excesso de inteligência.
Alguns morrem por entender tudo,
E outros vivem por não entender nada.
Embora muitos morram de tolice,
Poucos tolos chegam a morrer de fato,
Pois poucos começaram a viver

Baltasar Gracián

quarta-feira, 13 de março de 2013

Despertar


quarta-feira, 6 de março de 2013














Hoje um sopro de vida renasceu em mim... É como abrir os olhos, como respirar, como sentir o gosto das coisas gostosas, como querer dormir e querer acordar...






segunda-feira, 4 de março de 2013

Herói pra mim



O Galo e o Pato querendo ser heróis e lindos também!!!!

A DOR DA ALMA




A dor da alma não se compartilha. E não passa. É atemporal.
Não diminui com a idade. Vem como a mão do demônio passando pelo
peito e espremendo tudo lá dentro. Ela te vence. E sempre, sempre se supera.
Você acha que se conhece. Acha que nunca mais.
Mas ela te conhece mais ainda.
Você fica velho. Ela fica sofisticada.
Essa maldita dor da alma nunca vai me dar paz.
Essa maldita dor da alma sempre quer me vencer.
É como uma máquina de tatuagem persistente
e sanguinária que a gente tenta ignorar mas sabe que está alí. Te rasgando.
Descaralhando sua vida. Insistindo em te mostrar que você não é forte.
Mas da mesma maneira que a dor da tatuagem te deixa uma marca bonita
a dor da alma te faz saber que você tem alma.
E isso já me faz erguer discretamente um pequeno sorriso no canto do lábio.
Porque enquanto essa dor desgraçada me acompanhar pelo menos sei que estou vivo.