quinta-feira, 16 de abril de 2015

Vestido






Hoje ao escolher minha roupa para o trabalho, dos modelos expostos, me convenceu um vestidinho bastante "infantil". Modelito florido, soltinho e bem maleável. Livre para movimentos e fresquinho. Por cima, um bolerinho jeans. 

Para muitas mulheres um traje totalmente infantilizado... Para mim, um modelo fofo, confortável e feminino.

Já ouvi algumas vezes a frase: Está vestida de menininha hoje?

!!!!!!!!!!!!!

Quer dizer que se uma garota de quinze anos colocar um vestido com estampas grandes de mangas e folgado, alguém vai perguntar: Está vestida de velhinha hoje?

E se um homossexual colocar uma camiseta rosa, pintar as sobrancelhas e usar uma calça jeans um pouco mais justa vão dizer: Está vestido de gay hoje?

E se um homem colocar um terno com gravata, vão dizer: Está vestido de homem responsável hoje???

Horasssssss me polpem!!!!!!!  

Quantos rótulos e hipocrisia...


Bem.......


Imagino, em primeiro lugar, que a roupa foi feita para aquecer e proteger o corpo de alguma forma. Essa é sua principal função. A segunda função, a meu ver, bastante pessoal, tem a ver com a personalidade. Usamos roupas que falam sim sobre nós. Se me pareço menina com minhas roupas, não estou vestida de menina. Mas eu não perdi a docilidade, a graça, a leveza, e  talvez quem sabe até em algumas questões, um pouco da inocência da menina. Adoro o romantismo dos tecidos floridos, dos babados, das rendas, laços... Coisas de boneca. Mas não quer dizer que não seja uma mulher... Faz parte do meu estilo de mulher sim. E não importa a idade que eu tenha, posso aumentar o comprimento da saia, diminuir a generosidade do decote, mas essas delicadezas que externizo no vestir vão continuar. Não sigo moda. Sigo minha personalidade. E minha personalidade é essa. Amo vestidos, amo estar  delicada e gosto de me sentir bonita. 

Nunca gostei daquela expressão "você tem que".  Há, agora que chegou em certa idade "tem que" usar esse tipo de coisa. Agora que está cursando tal curso "tem que" agir de tal forma. Agora que é mãe "tem que" fazer ou não fazer certas coisas...

Existe duas coisinhas chamadas carater e bom senso, que fogem muito do "tem que".

Quem possui os dois ingredientes, vai saber dosar os temperos da vida em cada situação, sem ter que seguir as tais regras impostas pela sociedade doente de "tens que".


Waleska Raquel

terça-feira, 7 de abril de 2015

Carta do Futuro





Uma carta do futuro


Oi, sou eu, vim do futuro pra te dizer como será sua vida daqui a dez anos...

Olho pra você e não te reconheço, a não ser pela sua alma e carater, mas sua condição de mulher é totalmente diferente. Você em dez anos conseguiu fazer o brilho dos seus olhos e sua ânsia de mulher resplandecer. Daqui do futuro vejo uma mulher com um bebê nos braços e a cobrança social nos ombros. Olhos com brilho de mãe e uma névoa encobrindo a alma da mulher. Sim. Você tentou. Tentou ser a mãe, e conseguiu ser brilhantemente. Também tentou ser a mulher. Mas esse papel lhe escorreu pelas mãos. Pois para se ser mãe, é preciso se ter um filho, e você o tinha. Mas como ser mulher sem ter um homem? Sim, digo mulher no sentido de fêmea. Eu sei. Dai do passado você não sabe disso. Mas daqui do futuro eu sei. Você, com toda sua inocência juvenil pensava que havia se casado. Mas na verdade, mudou-se sozinha para uma casa e viveu lá por nove anos. Mas nunca se casou. Engravidou, pariu, o suposto casamento acabou. Mas, foi como se aquela condição de lar continuasse a mesma. Inalterada. Justamente, pois só se altera o que existe. Você aprendeu muitas coisas nestes anos. E uma das coisas mais importantes que aprendeu foi a ser mulher. Mulher de você mesma, mulher do seu trabalho, mulher da sua casa, mulher de alguns homens, Mulher que se basta. Quero te dizer daqui do futuro que não tenha medo, que muita coisa será quebrada, você conhecerá, junto com sua pequena o valor de uma família, saberá que amigos, não são aqueles que frequentavam sua casa para comer picanha, e que é maravilhoso ter seu próprio carro em seu nome. Mas também enfrentará o preconceito. A maioria das mulheres que te consideravam como do "grupo" agora vão te olhar com outro olhar. Você tornou-se um perigo. Como se você estivesse mesmo interessada em algum dos supostos desinteressantes maridos. A vida vai seguir e você vai encontrar seu lugar. Lugar de quem sabe o que quer e luta por seus ideais. Lugar de quem não quer mais perder tempo com sentimentos clichês. Muitas pessoas não entendem porque você escolheu viver sem o alarde social. Talvez, seja porque realmente faz parte de sua natureza introspectiva, e talvez porque sinta tal completude ao ponto de não necessitar buscar algo que muitos buscam fora de seus lares infinitamente, mas não encontram. E assim, quando você chegar aqui, onde eu estou, será uma mulher plena de sí e pronta para o amor.

WR.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Arte


Baiana do Toço Dourado - Nide Bacelar



Neste momento, em meu quarto, me pego a ler meu segundo livro do célebre autor Rubens Alves. O primeiro que tive o prazer em ler foi "Se eu pudesse viver minha vida novamente", o qual me fez alimentar uma paixão pelo autor já falecido. Devorei o livro, me senti lida e desnudada por ele. Pois tudo o que acredito em relação a humanidade está ali, em palavras simples como tomar um café na cozinha de casa. 

Apesar de já ter ouvido falar do Rubens Alves, nunca havia lido nenhuma obra dele até então. Fato considerado bastante estranho ao olhar de outras pessoas em relação a uma leitora tão voraz como eu. Mas vou contar um segredo... Vou contar o que acredito, e como escolho minhas leituras.

De fato, não quero tirar a grandiosidade de Rubens Alves e muito menos de Nietzsche, mas se nos deixarmos levar somente pela fala de autores já consagrados, como surgirão os novos? Para existir a fama, a idolatria, tem que ter os curiosos a dar o pontapé inicial a toda esta maestria. E eu me sinto nesta categoria de leitores por curiosidade. Leio pelo fato de conhecer. Leio para prestigiar novas ideias. Leio o livro, depois pesquiso o autor. 
Pois bem, já lí muitos livros de autores nada conhecidos, mas que se mostraram excelentes. 
Nesta mesma linha de raciocínio, sinto-me comovida também com a arte e música, tocadas em um berimbau, pintadas em uma tela a beira mar e vendidas ali mesmo na feirinha da praia. O grandioso pra mim está contido na arte, que o tempo lhe dará o peso do nome de quem a fez.  Arte está dentro de quem vê, e não no valor de quem paga.



Waleska Raquel

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Mulher






  Eu escolho um homem
 que não duvide de minha coragem,
 que não me acredite inocente,
 que tenha a coragem de me tratar como  uma mulher.

  Anaïs Nin